Eram as 10H15 quando
recebemos a visita ilustre de Sua Excelência o Senhor Presidente da República,
Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva.
Acompanharam o Senhor
Presidente, a esposa, Doutora Maria Cavaco Silva, a Senhora Ministra da
Educação, Drª Maria de Lourdes Rodrigues, o Senhor Ministro do Trabalho e da
Solidariedade Social, Dr. José António Vieira da Silva, o Senhor Secretário de
Estado do Emprego e da Formação Profissional, Dr. Fernando Medina Correia, o
Senhor Presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Dr. Luís Filipe Meneses, a Srª
Directora Regional de Educação do Norte, Drª Margarida Moreira.
Deram-nos a honra da sua
presença muitas outras personalidades importantes, de entre as quais nos
permitimos destacar o Pe. João de Freitas Ferreira, anterior Director Pedagógico
do Colégio, o Dr. João Alvarenga, Presidente da Associação do Ensino Particular
e Cooperativo, o Sr. António Tavares, Presidente da Junta de Freguesia de
Pedroso, o Pároco de Pedroso, Pe. Custódio Pinto, o Director do Lar Juvenil, Pe.
Marçal Pereira.
No discurso de boas
vindas, o Director Pedagógico do Colégio, Pe. Manuel António Rocha, lembrou
algumas ideias importantes, das quais nos permitimos destacar as seguintes:
Desde a fundação em 1908,
pelo saudoso Pe. António Luís Moreira, sacerdote da Diocese do Porto, até aos
nossos dias, como pertença dos Missionários Claretianos ou Missionários do
Coração de Maria, que o Colégio Internato dos Carvalhos foi crescendo graças à
sabedoria e dedicação de todos quantos constituíram e constituem a comunidade
educativa: Directores, professores, funcionários, alunos, pais e encarregados de
educação e a comunidade envolvente.
Porque o sonho não pode
morrer, e há a necessidade premente de se continuar a ler os sinais dos tempos
de forma a encontrar as melhores respostas para os problemas que assolam o
sistema educativo: o abandono e o insucesso escolares, particularmente no que ao
ensino secundário diz respeito, a actual Direcção Pedagógica e o Conselho de
Coordenadores de Curso do Colégio Internato dos Carvalhos, promoveram no seio da
Escola um amplo debate que levou à criação dos novos cursos secundários
científico-tecnológicos. Através de um excelente sistema de permeabilidades,
estes cursos permitem aos alunos a possibilidade de irem construindo o seu
percurso escolar e de, no final do 12º ano, decidirem entre a possibilidade de
acesso ao ensino superior e/ou a integração no mercado de trabalho. Para tal,
foram criadas, no 10º ano, cinco áreas de estudo com um tronco comum, o que
facilita o contacto com as disciplinas específicas dos cursos que a integram. No
final do ano, os alunos estão, assim, em melhores condições para escolherem um
determinado curso da sua área de estudos. Só nos 11º e 12º anos se fala então de
cursos, mas com a possibilidade dos alunos poderem seguir uma via científica ou
uma via científico-tecnológica e, através de esquemas já pensados e previstos no
regulamento de funcionamento dos cursos, poderem passar de uma para outra via.
Entendemos que, «para alunos diferentes, percursos diferentes».
Este esquema levou a que o
Ministério da Educação de então escolhesse o Colégio para ser uma das Escolas de
Referência a nível nacional, a fim de que o relançamento do ensino
científico-tecnológico permita o sucesso e a qualificação dos nossos jovens
através de percursos diferenciados e com possibilidades de poderem construir o
seu caminho ao longo deste ciclo de estudos secundários.
Do mesmo modo, o ensino
básico está a ser objecto de uma reflexão e de um aprofundamento de forma a
encontrarmos os melhores caminhos que permitam aos nossos alunos do 2º e 3º
ciclos cimentar os seus conhecimentos e as suas práticas para que, de forma
ousada, possam agarrar os desafios futuros com tenacidade e muita coragem. O
reforço do ensino da Língua Portuguesa e da Matemática, a Área de Projecto
integrada com o meio envolvente e com as novas tecnologias, um conjunto
diversificado de Clubes, a exigência e o rigor, possibilitam aos alunos poder
crescer não só no saber, mas também, no saber-fazer e no saber-ser.
O novo modelo dos cursos
secundários científico-tecnológicos fez-nos chegar aos números da Europa: 80%
dos alunos recebem uma formação científico-tecnológica e apenas 20% uma formação
científica, apesar de terem também alguma formação de carácter prático.
Uns e outros seguem
percursos diferentes porque são alunos diferentes. Uns e outros conseguem
excelentes resultados porque se sentem bem consigo próprios e com o caminho que
estão a trilhar. Atrasar em um ano a escolha do curso e da via a seguir é o
segredo deste sucesso.
Estamos a concluir, neste
ano lectivo, o primeiro ciclo de alunos dos novos planos curriculares e já as
empresas começaram a bater-nos à porta na ânsia de conseguirem alunos para
estágio profissional de aproximação à vida activa. Acreditamos, por isso, que
todos serão bem sucedidos.
Seguiu-se depois a visita
a alguns dos laboratórios do Colégio. Para além de salas de informática e do
laboratório de simulação empresarial, a comitiva presidencial visitou os
laboratórios de Microbiologia e Microscopia e o de Métodos Instrumentais de
Análise.
São dois excelentes
laboratórios com muitos equipamentos que foram adquiridos no âmbito das Medidas
de incentivo do fundo social europeu, nos anos 80, e que ainda estão em pleno
funcionamento.
O Senhor Presidente teve
oportunidade de se deter, de forma demorada, nos vários espaços, conversando com
os alunos, colocando-lhes perguntas e falando com os professores.
Após a visita a estas
salas, a comitiva presidencial passou ao exterior, mais propriamente às salas
onde estavam expostos trabalhos de projecto dos alunos de todos os cursos. Este
evento é designado por EXPOCIC e o lema escolhido pelos alunos, para este ano,
foi «futuro 100 medo», numa alusão aos 100 anos que o Colégio irá viver no
próximo ano lectivo.
A visita a alguns dos
stands da EXPOCIC – mostra de trabalhos de projectos dos alunos, desde o ensino
básico ao ensino secundário e o contacto directo com os alunos, permitiu ao
Senhor Presidente da República, bem como à restante comitiva, perceber a
importância do tipo de ensino ministrado nesta casa.
Foi, por isso, que, no
final da visita, falando aos jornalistas, referiu: «Fiquei impressionado ao
verificar como os jovens adquirem uma qualificação científica e tecnológica que
eu gostaria pudesse ser obtida em muitas outras escolas do país».
Esta foi, sem dúvida
alguma, uma excelente forma de dar início à celebração dos 100 anos do Colégio.
Tal como lembra o lema já escolhido para estas celebrações, trata-se de uma
aposta com futuro.