Em
vigor desde o inÃcio deste ano lectivo 2001/2002, as aulas de 90 minutos fazem
parte da Revisão Curricular proposta pelo anterior governo de António Guterres,
que propôs uma revisão geral do Ensino. A nova medida foi adoptada a nÃvel
nacional para os alunos do 5º e 6º anos e no Colégio Internato dos Carvalhos,
foi ainda alargada ao 3º ciclo, uma decisão que muitos docentes consideram um
passo à frente em relação à s demais escolas do paÃs.
A
Revisão Curricular estava prevista também para os alunos do secundário, uma
proposta à qual o novo Governo de Durão Barroso, pôs um travão. Adiada, mas
não cancelada, pelo novo executivo de coligação por considerar que encerra
aspectos positivos, aguarda a sua vez.
Para
perceber melhor a extensão e os efeitos das aulas de 90 minutos, do ponto de
vista dos professores, a geraçãoCIC falou com docentes que leccionam em
blocos de hora e meia.
O
professor Joaquim Gomes, de matemática, considera os novos tempos de aula muito
positivos por haver mais facilidade para se concluÃrem os planos da aula.
Aponta apenas um problema, relacionado com o cansaço dos alunos que depende
sobretudo do ritmo que o professor impõe na aula. Da sua experiência, sublinha
que não pode, agora, estar 90 minutos a falar de matemática, e tem, assim, que
diversificar os temas, introduzindo até algumas actividades lúdicas.
Ainda
no âmbito da matemática, a professora Sandra Campelos considera também uma
boa opção ter-se enveredado por blocos de 90 minutos. Permite dar teoria no inÃcio
da aula e depois praticar, e até adiantar os trabalhos de casa. Os alunos
acabam, desta forma, por ter mais rendimento. Quanto à opção do Colégio de
abranger também o 7º, 8º e 9º anos com os novos tempos, refere que sendo
positivo para o 2º ciclo, também o é para o 3º. Os alunos vão entrando num
ritmo de trabalho que os prepara para o secundário e para o ensino superior.
Numa
outra disciplina, Geografia, a professora Balbina Neves entende que a
possibilidade de juntar a teoria e a prática num só bloco de aula, beneficia
os alunos. O facto de o 3º ciclo ter também aulas de hora e meia é, na sua
opinião, um passo natural, porque não seria correcto existirem dois horários
distintos no Colégio.
Helena
Magalhães, professora de Inglês, considera que as aulas de 90 minutos podem
ser positivas, mas noutro tipo de disciplinas com actividades laboratoriais ou
oficinais. No Inglês não. Salientou ainda que antes as aulas rendiam mais, não
havia tanto cansaço. A disciplina perdeu uma hora semanal com a Revisão
Curricular, e as aulas estão condensadas às quintas e sextas feiras. A situação
agrava-se quando há actividades no Colégio e os alunos podem ficar duas
semanas sem aula.
Na
opinião da professora Maria da Conceição Coelho, os blocos de hora e meia
resultam quando há aulas mais práticas, onde se permite o já referido equilÃbrio
com a teoria. Mas a docente de Português e História, admite ser pouco
frequente uma aula deste tipo porque os conteúdos programáticos assim não o
permitem. Sublinha ainda que numa aula de 90 minutos não consegue dar a mesma
matéria que dava antes em blocos de duas vezes 50 minutos. Salienta ainda que a
partir dos 45 minutos a atenção dos alunos diminui.
Na
grande maioria das opiniões o balanço que se faz das aulas de 90 minutos é
positivo.
Aguardam-se
os mesmos resultados em outras escolas do paÃs, quando, no próximo ano
lectivo, se encaminhar definitivamente pelos blocos de hora e meia.
Quanto
ao secundário a expectativa é certamente a mesma. Espera-se apenas que o novo
governo opte pela grande Revisão Curricular geral do ensino em Portugal.