Para
os finalistas do ensino secundário o final deste ano lectivo é
especialmente importante, é altura de tomar decisões que vão
influenciar o futuro a nível profissional. A escolha pode passar pelo
ingresso no ensino superior ou pela entrada imediata no mercado de
trabalho.
Acerca
deste tema a geraçãoCIC, publicou no mês passado um artigo
sobre o Colóquio que decorreu no núcleo do secundário para os alunos
do 12º ano subordinado ao tema “Da Escola para o Mundo do
Trabalho”.
Num
esforço contínuo para melhor encaminhar os jovens do CIC, foi
organizado um painel para os alunos do 9º ano, que esteve inserido no
programa da EXPOCIC. Este painel contou com a participação de
profissionais de diversas áreas que tentaram através da experiência
própria elucidar os alunos para aquela que é a sua primeira escolha.
Se
no 12º ano a questão da escolha deve ser encarada com mais
responsabilidade, para os alunos do 9º ano essa decisão ainda não tão
definitiva.
A
escolha de uma profissão não é de todo um
processo individual, é sim um processo de grupo, em que
cada um sofre um conjunto de influências exteriores que passam
pela família, professores, amigos e modelos de identificação.
Exactamente
por a família ser uma dessas influências, foi importante ouvir alguns
pais de alunos do CIC que deixaram o testemunho da sua visão sobre o
actual mercado de trabalho.
Ao
nível do Ensino Superior a psicóloga e mãe Paula Campos diz que os
jovens “têm hoje ao seu dispor uma variedade de cursos onde podem
realmente encontrar aquilo que desejam fazer” e, acrescenta, “já
passámos há muito aquelas profissões tradicionais onde toda a gente
tinha de se encaixar num espaço único”.
Contudo,
se a oferta é grande, a tarefa da escolha torna-se não menos
complicada, segundo Paula Campos “é necessário os jovens serem muito
bem orientados, e confrontados
com a realidade em cada profissão” isto de modo a tomarem uma
decisão mais consciente.
A
contabilista Luísa Matias é de opinião que o Ensino Superior “tem
pouca saída” e que
“os jovens quando acabam o curso sofrem diversas frustrações”
e o facto de muitos jovens acabarem o curso e não conseguirem colocação
a médio prazo “faz com que se cheguem a registar por vezes casos de
depressões”, como adiantou. Esta mãe tem uma filha que já optou
pela via do ensino e apoia a sua decisão, mas discorda que haja
“pessoas com dom para ensinar que não o possam fazer pelo simples
facto de não terem média”. |
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Novas
Tecnologias
Outra
das questões dominantes, hoje em dia, é o papel que as novas tecnologias têm
no mercado de trabalho e até que ponto é importante o seu domínio.
António
Rouxinol, economista, é pai de uma aluna do básico e defende que qualquer nova
tecnologia “é importante mas que não substitui de forma alguma a capacidade
de trabalho de cada um”.
Um
outro encarregado de educação tem uma opinião bastante mais radical e afirma
mesmo que quem dominar as novas tecnologias, como disse, “tem futuro” e foi
mais longe: “quem não dominar pode esquecer, porque é analfabeto apesar de
ter estudado”.
Relativamente
aos cursos tecnológicos, Luísa Matias é de opinião que actualmente estes
cursos “têm bastante saída e é preciso apostar neles com mais prática e
menos teoria” pelo que se torna por isso importante haver uma maior conciliação
entre o estudo e o trabalho para que os jovens estejam realmente preparados para
o que os espera.
A
mesma encarregada de educação acrescenta ainda que as empresas “deviam
apostar mais nos jovens e dar-lhes oportunidade para poderem pôr em prática
aquilo que aprendem na teoria”.
Opinião
quase unânime entre os pais defende que quem não quiser continuar a estudar
“deve optar por seguir cursos técnico-profissionais”.
A
preparação do Colégio
Como
mãe de um aluno do 6º ano, Paula Campos considera que por vezes “os alunos são
sobrecarregados” mas “o facto é que saem bem preparados do Colégio”, e
que a partir daqui têm duas opções possíveis “ou continuam os seus estudos
ou vão para o mundo do trabalho com uma preparação capaz”, questão
fundamental porque “mais importante do que saber, é saber fazer, pois é
essencialmente isto que as nossas empresas pedem”.
A
título de exemplo, alguns encarregados de educação apontam a qualidade dos
trabalhos realizados e apresentados pelos alunos do secundário na EXPOCIC como
referência à boa preparação a que estão sujeitos no CIC.
É
de salientar que os alunos do Colégio têm ao seu dispor uma grande variedade
de cursos que vão desde a electrónica e informática até à administração pública
e artes, entre outros.
Luísa
Matias, que tem a seu cargo alunos estagiários na área da contabilidade,
considera que na componente prática “os alunos que saem do Colégio tem mais
agilidade e maior capacidade de desenrasque que os outros”.
Muito
trabalho
Acerca
das oportunidades de trabalho, e apesar de alguns pais apontarem uma ou outra
profissão com maior ou menor oportunidade de saída para o mercado, todos
concordam que o fundamental é que os jovens estejam conscientes de que é
preciso haver esforço da parte de cada um e, sobretudo, muito trabalho.
Alberto
Gomes, empresário,
é de opinião que as profissões têm mais ou menos saída de acordo com
“o profissionalismo de cada um e com a capacidade de sermos melhores” pois
“em todas as áreas há os bons, os médios e os fracos - e, continuou -, se
naquilo que fazemos somos bons então temos sempre oportunidades de trabalho”,
concluiu.
A
verdade é que a profissão “ocupa-nos por vezes mais tempo do que a própria
família”, como referiu a psicóloga Paula Campos, por isso, para ao pais, “é
então necessário incutir cada vez mais aos jovens o espírito do trabalho”.
A
opinião profissional da psicóloga do CIC aponta: “devemos encontrar um
contexto onde possamos desenvolver as nossas competências profissionais e onde
sejamos ao mesmo tempo felizes”.
Acima
de tudo o que todos estes pais querem é que os filhos se sintam realizados
profissionalmente e sejam felizes independentemente da sua escolha.
A
verdade é que o futuro está nas mãos de cada um e o importante é ouvir a
nossa vocação.