Na sua opinião qual a mais
valia do Colégio?
Eu penso que há uma questão
importante em todas as instituições que é a sua idade e a forma como consegue
resistir no tempo ao envelhecimento. Eu penso que o segredo do Colégio é esse;
tem envelhecido, mas tem todas as qualidades de quem tem muita experiência a
lidar com o ensino, tem sabido inovar, introduzir novos métodos, novas
tecnologias, novas formas de ensinar e de aprender. Penso que essa é a grande
vantagem do Colégio.
Sobre a EXPOCIC, o que
achou? Qual foi a parte de que mais gostou?
Gostei de tudo! Acho que
traduz a ideia de uma instituição que tem sabido renovar-se e que
consegue ter, ao nível do ensino, métodos, tecnologias - aliás até!-
formas de estar, também um pouco a forma de relacionamento entre os
professores e os alunos, que acho que é séria, mas distendida. Acho
bastante saudável. |
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Qual a importância que este
tipo de eventos tem para o Concelho?
Acho que traduzem para o exterior
algo de importante, algo que tem a ver com o facto de que existem instituições
com nível, com categoria. E isso é bom para a imagem exterior do Concelho e
também para a sua auto estima.
No início da conferência
desfolhou a revista do Colégio – a geraçãoCIC – qual foi a sua primeira
impressão?
Primeiro (e não acho que seja o
principal) acho que o próprio aspecto da revista é apetitoso. Hoje em dia não
vamos ver por dentro aquilo que por fora não é apetitoso, portanto está agradável
do ponto de vista gráfico.
O que acha deste tipo de
iniciativas?
Acho que é uma iniciativa
importante que traduz para o exterior as principais actividades da instituição.
E aí num microcosmos que é o próprio Colégio - os professores, os alunos, os
encarregados de educação...-, é também uma forma de cultivarem a sua própria
auto estima e de demonstrarem que estão em conjunto a fazer um trabalho que é
válido.
Que tipo de carências
apresentam as escolas abrangidas pelo conselho de V. N. de Gaia?
As escolas que são da competência
da Câmara, as EB 1, não estão perfeitas. Não há nada perfeito! Mas estão
hoje bastante bem. Cerca de 80% estão recuperadas do ponto de vista físico,
cerca de 90% têm cantinas e têm Educação Física, coisa que penso que não há
em todos os concelhos; têm ensino da música, vão ter nos próximos anos
ensino do Inglês e de Informática. Portanto, penso que isso, que é da nossa
responsabilidade, está bem.
O que é da responsabilidade do
Estado, nomeadamente as EB 2/3 e as secundárias, estão a melhorar.
Ainda esta semana estão quase
que a avançar em simultâneo 3 novas escolas: a dos Carvalhos, a de Serzedo e a
de Gervide. Construíram-se nos últimos dois anos escolas novas na Madalena e
Vilar de Andorinho, portanto, aí também estamos bem. Precisávamos talvez de
reforçar um pouco mais o ensino superior.
Na conferência referiu que
aumentou para mais de metade o numero de cantinas. Qual o papel do Estado?
Existe ou não um incentivo financeiro direccionado nesse sentido?
Não, não existe. O Estado dá
para o apoio ao ensino exactamente o mesmo que dava há 15 anos atrás quando
nem sequer se falava em cantinas.
A cantina é um serviço
disponibilizado, no entanto mencionou que existia falha de ginásios que são
obrigatórios. Os alunos estão a ser prejudicados por uma incorrecta gestão do
Estado, ou da Câmara?
Nas escolas secundárias, o
Estado é que é responsável.
Praticamente todas as escolas de
Gaia têm ginásios com a excepção da Escola de Sta. Marinha, onde vai ser
construído agora o ginásio.
Nas escolas do ensino básico, até
pela dimensão física das mesmas não há espaço para ginásio. Aquilo que nós
fazemos é construir um polivalente desportivo e em todos os casos a Educação
Física e a formação desportiva passam a ser feitas nos pavilhões mais próximos,
através dos transportes que a Câmara coloca à disposição dos alunos e dos
professores.
A nível nacional o PSD, a
17/12/2001, ganhou a liderança na maioria das câmaras do país. Acha que é a
base da mudança?
É importante liderar nas câmaras,
porque normalmente ninguém chega ao Governo, ninguém tem sucesso no Governo,
sem primeiro liderar as câmaras. As câmaras são os alicerces do poder político.
Desde o 25 de Abril aconteceu sempre assim, só chegou ao Governo um partido que
primeiro venceu nas eleições autárquicas. E aliás, mais uma vez, veio a
concretizar-se isso, foi o partido que venceu as autárquicas que acabou por
chegar ao Governo pouco tempo depois.
Que tipo de estratégias estão
a ser definidas?
Admito que exista uma questão
fundamental, por aquilo que sei e pelos dados que existem, é que foi deixada ao
país uma situação de enorme dificuldade em termos daquilo que são índices
macroeconómicos, nomeadamente, a dívida pública (aquilo que o país deve ao
exterior) e que de acordo com regras da nossa participação na Europa não pode
ultrapassar determinado limite.
Também no que diz respeito ao défice
orçamental, ou seja, a diferença entre aquilo que o Estado gasta e aquilo que
recebe, de diversas vias, mas principalmente dos impostos dos contribuintes,
recebe se calhar demais e gasta também demais. Portanto, é preciso nestes próximos
anos, se queremos progredir e ser competitivos na Europa, que o Estado gaste
menos, que “emagreça”, tenha menos gastos supérfluos, e que aquilo que
gasta, gaste mais bem gasto, nomeadamente virado para o investimento em obras
concretas e não para despesas correntes que se esgotam no momento em que são
feitas.
Quais as prioridades de Gaia?
As prioridades em Gaia vão ser o
programa POLIS, a recuperação da frente rio e da frente mar, que são as
linhas estruturantes, as novas vias de acesso ao Porto e o acesso ao
sub-concelho, nomeadamente, a circular externa, a Avenida D. João II, que vai
substituir a Avenida da Republica, o projecto do Metro e a habitação social.
Julgo que são estes os principais projectos para os próximos anos.
Em vésperas de eleições a
redistribuição dos ciganos pelo concelho levou à insatisfação dos
habitantes do Olival. Acha que podia ter custado a sua permanência no cargo?
Não, os habitantes do Olival
deram-me maioria absoluta nas eleições, portanto significa que era uma minoria
sem expressão que não tinha qualquer significado.