“(…)
Olhou para a sua própria mão
Sua rude mão de operário,
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.”
Vinícius
de Moraes, excerto de “Operário em construção”, in A
Escola com que sempre sonhei
sem imaginar que pudesse existir,
1.ª edição, Rubem Alves, Edições ASA, Porto, 2001
Mais uma “EXPOCIC” se
realizou.
Para gáudio dos mais velhos e
alegria dos mais novos, mais uma semana cultural viu passar a alegria dos jovens
que são razão de existir desta casa.
No que me toca, tomei
conhecimento de todas as actividades que se iriam realizar, pelo bonito
prospecto, de excelente qualidade gráfica, que me foi enviado. Não serão
demais os qualificativos que aqui emprego, pois todo ele tresandava a alegria e
o bem-estar juvenil, não iludindo
o seu objectivo. Parabéns ao autor e à Direcção do CIC, pelo envio atempado.
Foi-me possível assim participar do que os afazeres particulares me permitiram.
Como não foram muitas as visitas
que à EXPOCIC pude realizar, com o objectivo de apreciar o que todos fizeram,
pelo desenquadrado horário a que estamos, por vezes, sujeitos, é que faço um
apelo aos responsáveis: estruturar-se um determinado período alargado ou
alternativo, o qual permita aos familiares dos alunos interessados em visitar a
EXPOCIC a possibilidade de não deixar passar tão importante evento, que tão
do orgulho comum será, podendo contribuir para um maior conhecimento do que os
jovens são capazes de realizar, das suas motivações presentes, a apontar para
um futuro que é lhes próximo.
Do que tive a oportunidade de
viver, realço a alegria dos jovens que não se furtaram a participar, colorindo
com os seus sonhos meninos noites de reencontro num local que é habitualmente
de dever… e com isso nos
contagiaram. E vivemos com eles e como eles, porque por eles fomos à EXPOCIC.
E estávamos lá muitos. Mas não
estávamos lá todos! Não deveríamos estar?
Algo haverá que nos fatigue
tanto ao ponto de nos impedir uma singela prestação em tais momentos,
preparados por eles e para eles, na expectativa de nos verem marcar a presença
desejada, pois se é a nós que tantas vezes querem mostrar-se capazes de?…
A verdade é que a EXPOCIC foi
noticiada: no jornal “O Público”, no site “Educare.pt”, para só citar
os que vi. E fomos informados directamente no refúgio dos nossos recantos.
A verdade é que os nossos jovens
desejam voar, e desejam mostrar-nos para onde pretendem fazê-lo…com alegria e
em paz…
Quem não assistiu não imagina o
que perdeu… os mais jovens a visitar e a admirar os trabalhos dos mais
crescidos, os meninos que já não o querem ser a dançar, e
professores a aplaudir, e a participar, e pais a assistir, e de espanto a
vibrar…
No final, o apreço manifestado a
quem os seus destinos lectivos e educacionais orienta, na nossa discreta ausência…
“…e salta Rocha!; e salta
Rocha, olé!”… e o “Rocha” saltou. Para gáudio de quem o pedia, e com
uma estrondosa salva de palmas o ovacionou
ainda. Merecidamente, diríamos!
A EXPOCIC está a cumprir os seus
objectivos. Que o nosso contributo de pais reforce tais objectivos é o que de
todos se espera, e deseja…