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Revista do Colégio Internato dos Carvalhos

06 / 09 / 2024

Número 7 .

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  Um caso da vida real...
    

Caminho livre para a paz

  

Morreu Jonas Savimbi, o homem que ao longo dos últimos anos foi o maior entrave à Paz em Angola em nome de um movimento que de há muito tempo a esta parte mais não fazia do que lutar pela riqueza à custa do sofrimento de um povo que foi sacrificado, separado, perseguido... e agora quer sarar as feridas e esconder as cicatrizes de uma guerra sem sentido, lunática.
  

A data de 23 de Fevereiro pode ficar na História do povo mártir de Angola como o fim do pesadelo da guerra. Com a morte do líder da UNITA, Jonas Savimbi, o caminho para a Paz parece agora ser uma certeza e um trajecto único para a ex-colónia portuguesa que pode, finalmente, libertar as correntes e vir a ser um país verdadeiramente livre e próspero.

Depois de vários acordos de Paz fracassados em Angola, de entre os quais o cessar-fogo que chegou a pôr fim à guerra em 1992 e que conduziu o país para eleições livres, nas quais Savimbi saíra derrotado pelo actual presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e em que o líder do movimento do Galo Negro acabou por não aceitar a derrota e voltar a fugir para o mato, agora a Paz parece mesmo estar ao alcance e capaz de se materializar.

Quando foi conhecida a morte do principal opositor do governo de Angola foram dadas a conhecer várias versões da sua morte. À imagem dos filmes de heróis americanos, chegou a ser conhecida uma versão que dava conta de que Savimbi sucumbira depois de levar 15 tiros de um batalhão das FAA (Forças Armadas Angolanas) e, outra, de que quando se sentira cercado, o próprio se suicidara. Fontes próximas da UNITA adiantam, ainda, a possibilidade de o líder guerrilheiro ter sido envenenado por infiltrados e de ter sido baleado depois de perder a consciência.

A certeza, porém, é outra: Jonas Savimbi morreu e está aberto o caminho para a Paz.

 

Os números depois da guerra

 

Angola pode vir a estar preparada para eleições livres daqui por dois anos, um período considerado suficiente para desenvolver e consolidar todo um processo de Paz

A tarefa afigura-se difícil para um país que tem uma taxa de alfabetização na ordem dos 23%.

Mas outros são os problemas que Angola tem pela frente: a esperança de vida à nascença é de 45 anos e 160 mil dos 12,8 milhões de habitantes estão infectados com o vírus da SIDA. Somente 20% da população tem acesso a medicamentos essenciais e por cada 100 mil habitantes há só 8 médicos.

Num país onde se lutou por petróleo e por diamantes, 43% da população (dados de 1996-98) está subalimentada e fixa-se em 42% o valor percentual de crianças com peso deficiente para a idade, sendo que 53% têm também altura deficiente.

A desgraça angolana é maior se depois das questões sociais se atentar noutros números. De entre 90 Estados do ranking dos países mais corruptos do Mundo no ano 2000, Angola ocupava o 85º lugar e no mesmo ano, cifram-se em 1726 milhões de euros (1/3 do total) as receitas de petróleo desaparecidas.

Angola ocupa ainda o 22º lugar na lista dos maiores produtores mundiais de petróleo e o 20º entre os países com maiores reservas naturais de petróleo. Quanto a diamantes, entre os maiores produtores Angola está em 5º lugar e a receita do tráfico clandestino das pedras preciosas oscila entre os 405 e os 486 milhões de euros por ano.

Num país que ao longo dos últimos anos “formou” soldados, as Forças Armadas Angolanas contam com 113 mil homens mas, espalhadas pelo país, existem 7 mil crianças com menos de 15 anos de idade com o estatuto de soldado.

A guerra terá feito de Angola talvez o país mais minado do Mundo, com 10-12 milhões de minas espalhadas e que a qualquer momento podem aumentar o número de amputados. Oitenta a 100 mil pessoas foram estropiadas. Angola tem 2 milhões de refugiados.

Ana Catarina Sá do 11A1, atesta ser “ridículo uma só pessoa ser o causador de tudo”, entenda-se, da guerra. Acrescenta que não o visualiza (Jonas Savimbi) “como o responsável”, mas sim como “um dos responsáveis”. A opinião da Ana Sá sobre o facto de José Eduardo dos Santos, o presidente angolano,  constar na tabela dos 20 mais ricos do mundo e o povo viver miseravelmente tem uma simples explicação “o que se passa em Angola passa-se no resto do mundo”, assegurou.

 

João Nuno do 12D1, é de opinião semelhante: “isso acontece em Angola e nos outros países” e acrescenta que estes incidentes devem-se ao facto de haver “má gestão de determinados indivíduos que só querem tirar ganhos para si e não para a população”.

Fernando, aluno do 10B1,  afirma que o governo angolano  “pensa mais em proveito próprio do que no proveito do povo”.

Docente de biotecnologia e de química, o professor Filipe Coutinho conhece o país por “familiares que lá estiveram” e revela-se optimista em relação à paz em Angola e ao rumo das negociações. No entanto acrescenta: “é pena que os governantes de alguns países não saibam colocar os interesses do país à frente dos seus”.

Uma outra opinião, de um aluno do 12B2, definiu Jonas Savimbi como “um dos principais entraves á paz angolana” e criticou ainda a forma como o revolucionário angolano tentou salvar o seu país, através da guerrilha. Ao discurso de entendido acrescentou que se matassem “não só Savimbi, mas «desaparecesse», por exemplo, José Eduardo dos Santos, o país ia realmente para a frente”.

Fernando Carvalho, professor de matemática, define Savimbi como “um grande líder” e acrescenta que os grandes líderes “fazem sempre falta a uma nação”, e mais, convicto, afirma “a paz não depende só de um homem mas de todo um processo”. 

 

Ernesto Sebastião, professor de educação física alega que a permanência da paz no país angolano “vai passar não pela morte de Jonas Savimbi mas pela vontade do povo”.

 

Raul Emílio, professor do básico, com entusiasmo, refere que Angola “pode ser independente, não precisa de nada, se conseguirem realmente criar as estruturas necessárias”.

 

Quanto a condições necessárias para um novo acordo de paz ser realizado e desta vez cumprido, as opiniões não diferem muito umas das outras e, assim sendo, ficou vincada a opinião quase que em uníssono, que defende que Angola “sempre reuniu as condições necessárias para estabelecer a paz” como referiu, entre muitos outros que concordaram, Catarina Sá do 11A1. 

A referência ao assassinato de Jonas Savimbi, foi, por alguns rapidamente, e por outros mais lentamente e com algumas hesitações, clarificada mas sempre no mesmo sentido “é um território em guerra e guerra é guerra, há sempre quem morra”, como considerou o professor Filipe Coutinho.

“O povo angolano foi beneficiado com a morte de Jonas Savimbi”, resposta predominante em todas as afirmações a esse respeito, que, com mais ou menos cuidado, todos defenderam.

  

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